Estou a escrever este texto hoje, sentado em casa, sozinho,
a tentar que os momentos que me escapam não fujam de mim. Foi um dia longo. Estreamos
amanhã.
Estive nervoso o dia todo, não foi bem nervoso, foi tenso.
Passei o dia a caminhar pelo teatro, quando fico assim gosto de andar, não é
que goste de andar, as pernas movimentam-se e eu vou atrás delas. Passeio pelo foyer, pelos camarins, vou até à rua,
volto para trás. Pelo caminho passo pelos actores, que julgam estar mais
nervosos do que eu. O encenador ganha a toda a gente. Fomos os dois a Lisboa
para uma entrevista. As perguntas são simples mas eu não digo nada de jeito. Voltámos para o teatro. Tenho
ideia de que passei o dia fazer coisas mas não me lembro o quê. Os minutos
avançam como horas, mas as horas passam e não temos tempo. A culpa é do ensaio
geral.
Quis fazer operação de vídeo, deve ter sido uma forma que o meu subconsciente arranjou para me obrigar a acalmar. Não resultou.
Quis fazer operação de vídeo, deve ter sido uma forma que o meu subconsciente arranjou para me obrigar a acalmar. Não resultou.
Ao fim da tarde elogiam-me, dizem coisas sobre mim que eu
tento levar como banalidades, luto para não acreditar nelas, para não as levar
demasiado a sério. Estou sentado numa cadeira a assinar livros. Disse que nunca
mais o fazia, mas volto a fazê-lo. Tento ser eu. Ajuda serem quase todos alunos. Mas isso não me
interessa.
O que é que vai acontecer
amanhã?
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